Saturday, December 15, 2007

EU

Descobri a pouco tempo que não me conheço. tenho um ideia de mim que talvez não corresponda à verdade e isso incomoda-me.
Considero-me uma pessoa corajosa e é assim que me vejo mas tenho medo de amar e de ser amada. Tenho medo de sentir o arrepiu na espinha e consequentemente perder o controlo;
A minha vida faz sentido na entrega aos outros mas por vezes só isso não chego e exijo a entrega deles a mim (in) condicional! desculpem!
Acredito que desperto paixões mas descobri que não consigo agarrar o amor;
Não admito que contratempos existem mas ultimamente tenho me deparado com eles com alguma regulariedade - o senhor roubado foi um deles - pela boca morre o peixe;
Considero-me altruista mas muitas vezes exigo que reparem nisso; o que me torna narcisista;
Sou insegura, bem disposta, palhaça e o meu maior medo é a solidão.
Considero-me independente e adorava morar sozinha mas detesto abrir a porta e sentir a casa vazia;
Não te consigo tirar da minha vida por comodismo e digo em voz alta que é porque gosto de ti. bla bla bla!
Tenho vergonha de comer sozinha num restaurante e que olhem para mim e pensem que fui abandonada por alguém;
Tenho vergonha de entrar numa loja e sentir o olhar das empregadas de loja a seguir os meus passos com se eu fosse roubar qualquer coisa! irrita-me solenemente!
Não acredito em mim e por isso refugiu-me na capacidade dos outros
Exibo-me na tentativa de te conquistar mas acabo por me ridicularizar! nunca vais reparar em mim!
Vivo de sonhos....vancouver é um deles!
Enfim sou tudo aquilo que critico nos outros e tenho medo de nunca conseguir mudar!







2 comments:

Elementos said...

Passo por gosto, não há que agradecer…
Menina. Nada do que descreves é ridículo ou desfasado. Os teus medos são os meus medos e são os medos de metade da humanidade. A outra metade ainda apenas não tomou consciência deles. Tudo o que sentes te torna apenas humana e com uma vantagem fabulosa em relação aos que não têm consciência disso.
Quanto ao arrepio. Do meu ponto de vista, é mesmo a melhor coisa que se pode sentir. E como tudo muda e se transforma, e tenho isso como uma certeza matemática, nada como viver o arrepio como se fosse o último. Gostar é mesmo a melhor sensação do mundo.
Benditos os que conseguem sentir isso.
:)

Lídia said...

... espelho meu. És forte. Este post é muito forte.