Lamento que as minhas atitudes vos surpreendam e vos desiludam de certa forma mas mais lamento eu não ter tido a coragem de as ter tido há mais tempo....
Quem gosta não julga que ama não aponta o dedo; tenta sim compreender a razão das coisas; pode não aceitar mas respeita ....eu sei que pode ser dificil porque nem todos têm essa capacidade de ver para além de si mesmos. Mas todos podemos fazer esforço!
So quem passa pelas coisas pode avaliar o que sente e os seus actos não são mais do que consequências do que sentimos num dado momento;
confesso-vos que em nenhum momento da minha vida me passou pela cabeça o divorcio e até de certa forma criticava a falta de vontade que via em muitos casais para se entenderem; sempre sonhei (e digo mesmo sonhei desde muito pequenina) com o dia do meu casamento e com a parte final dos livros em que lia " e viveram felizes para sempre"; sonhei que o saberia encontrar e ele a mim; e nunca aceitei outra coisa para além disso! chamem -me criança, ingenua, toto sei lá o que quiserem! eu chamo sonho de ser feliz.
Viver hoje o que vivo é para mim um choque; perceber que talvez não tenha feito a melhor escolha e que não sou feliz é para mim uma realidade dificil de aceitar! Tanto o é que todos os dias quando me deitava na cama pensava" amanhã vai ser diferente! de certeza que sou eu que não estou a fazer um esforço".
O conflito interno é grande quando percebemos que tudo o que acreditamos até há bem pouco tempo não existe e eu tenho vivido numa ilusão. não tenho vontade de falar das coisas e tenho pensado em coisas menos boas! Trabalhar dá-me coragem e claro o meu filho também!
Tenho pena que a menina do bairro tenha despertado só agora para a dura realidade da vida mas tudo o que eu não preciso agora é de criticas! preciso de apoio espaço para pensar e voltar a acreditar que é possivel reconstruir qualquer coisa na minha vida que me dê alento.
A pessoa que escolhi há 6 anos atrás para estar ao meu lado não é má (nada disso) simplesmente hoje as nossas formas de estar na vida não se cruzam; fomos crescendo e fomos percebendo que aquilo que nos unia no passado hoje talvez não tenha a importância que deveria! E quando olhamos para a outra pessoa e já não a conhecemos acredito que chegámos aquele ponto do no return!
Lamento muito que vos desiluda mas acima de tudo não posso continuar a desiludir-me!