Thursday, November 10, 2011

Ser borboleta...

"O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você." (Mário Quintana)

Quem nunca ouviu esta frase de Mário Quintana?!.. aliás, belíssimo todo o texto do autor
Comecei a repensar sobre o que significa cuidar do jardim, construindo nossa caminhada na transformação da nossa Saron, que é um jardim, e as borboletas me saltaram os olhos!
Borboletas são bichinhos que particularmente muito me agradam, e creio que a muita gente. São lindas, coloridas, independentes, e afirmam algumas especulações populares que elas apenas pousam onde há um clima favorável, ou seja, de paz, harmonia e Felicidade.

Mas o que muitas vezes esquecemos é que as borboletas, antes de se tornarem essas criaturas tão belas e admiradas já foram um ser feio, menosprezado, rastejante, repugnante (para muitos) e até horripilante (para outros tantos). E ainda se enclausuram e esperam o tempo certo para ser aquilo que Deus as criou para ser. Sendo fascinante sua capacidade de transformação.

Pesquisando sobre as borboletas descobri que uma larva (lagarta) quando vai sair do ovo, espera as condições favoráveis para nascer, senão ela espera.. espera.. espera.. até conseguir. Isso é uma coisa interessante para aprender com os embriões de borboletas - sua paciência e sensibilidade ao ambiente. Embrião apressado é lagarta morta.

Outra coisa é que uma lagarta troca de pele várias vezes. Imagina o que aconteceria se ela resistisse em abandonar a velha pele, iria explodir apertada dentro da casca que já não mais lhe servi. É que como a gente as lagartas crescem muito. E quando a gente cresce, deixa para trás um pedaço de si mesma, para poder ganhar novas formas e cumprir o ciclo da vida.

No momento certo, nem antes nem depois, ela procura um lugar seguro, muito seguro, para iniciar seu processo de reclusão. Ela se fecha lá dentro e vira uma pupa (ou casulo). Quando uma lagarta se fecha em pupa, não sabemos direito o que se passa lá dentro, ela fica sozinha e isolada do mundo em repouso total, se preparando para virar outra coisa totalmente diferente.

Finalmente quando está pronta para sair, ela vai abrindo o casulo devagar. Esse esforço é fundamental para que depois ela possa voar. Pois o esforço faz com que a seiva circule do seu tronco para suas asas fortalecendo-as. Sendo muito dificil e dolorido o processo para esticar suas asas, mas necessário. É que nascer, ou renascer, é mesmo difícil!

Inicialmente quando pensei na metamorfose da borboleta, lembrei-me do quanto precisamos ser transformados e formatados para que sejamos aquilo que o Senhor nos fez para ser, e para receber finalmente as bençãos que muitas vezes tanto pedimos. É que costumamos apenas perdir e esquecemos de nos qualificar para receber. Mas pesquisando sobre a vida e como se dá a transformação desses bichinhos, vi o quanto somos parecidos e podemos aprender mais uma vez com a perfeição da Natureza.

A maior expressão do amor do Senhor realmente é esta: ele nos ama como somos, mas não nos deixa como estamos. Ele quer nos dar tantas bençãos que nem sabemos contar, mas para isso temos que nos preparar para recebê-las. Temos que ser capacitados para ser aquilo que o Senhor quer que sejamos - um canal de benção. Pois quando não estamos preparados podemos acabar abortando as bençãos que o Senhor coloca em nossas mãos. Benção apressada é benção perdida!

Nesse sentido, precisamos aprender com as borboletas, que sabem esperar com paciência o tempo da benção, se dispõem do velho para receber o novo, sacrificam o que é necessário para crescer, e independente do esforço e da dor continuam em frente. Sabendo que todo o final é uma oportunidade de um recomeço muito mais bonito e esplendoroso.

Façamos como as borboletas!

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